segunda-feira, outubro 15, 2012

Purrianos 3 - Laranjada 0




Depois de uma primeira jornada de grande desilusão os Laranjada tinham recuperado o animo com dois resultados mais positivos (empates) contra habituais candidatos ao titulo, como são o Cosmos e o Madeira, fruto de boa atitude e organização em campo.

Com o esconder do sol tornava-se um fim de tarde frio, que o apoio da bancada e importância do encontro pretendiam contrariar. Este devia ser um embate escaldante entre duas equipas que têm uma história em comum apesar de a maior parte dos protagonistas não a terem vivido.

Os Purrianos foram merecidamente os campeões da época passada e apesar de um inicio de época menos dominador, a concentração e a agressividade tinham de estar ao nível das duas ultimas jornadas para que o resultado fosse no mínimo tão positivo como o desses dois encontros.

Com o plantel disponível na sua máxima força o Mister delineou um xadrez organizado no mais useiro 4-3-3 pedindo no entanto muita contenção no início do jogo que permitisse um estudo do posicionamento e verdadeiro valor do adversário, para numa segunda fase partir “para cima deles” num ataque aos ambicionados 3 pontos ainda não conseguidos esta época.

Bruno Leirão na baliza apresenta-se este ano com outra maturidade depois de ter sido Pai, não abdicando ainda assim do sotaque galego quando lança instruções para uma defesa que raramente o compreende.

A defesa apresentava uma combinação rara de sangue novo (Diogo Pedro), histeria intermitente (Diogo Gilman), quezília localizada (Luis Pescador) e instabilidade emocional constante (Smi), esperava-se assim que a experiencia acumulada aliada ao sangue novo fosse capaz de contrariar o habitual jogo de pé para pé de um ataque que assenta muito na mobilidade estonteante do ponta-de-lança.

No meio campo tínhamos um triângulo composto pela criatividade e futebol rendilhado de cabine telefónica de Miguel Cunha, a energia e posicionamento tático de Rui Mena e o físico e combatividade de Paulo Muchacho.

Nas alas pretendia-se uma combinação mortal entre a imprevisibilidade irreverente de Lobotteli e a consistente experiencia de Xana.

No ataque uma grande referencia, a Schaefer com um físico de invejar qualquer porteiro de disco boite, pedia-se-lhe que partisse a louça entre os centrais que nem elefante em loja de cristal.

O banco era caracterizado por uma combinação mortal de pragmatismo Alemão, dinamismo Africano e irreverencia mestiça.

Ruben acumulando o papel de Mister estaria disponível para dar um peso importante ao eixo central caso fosse necessário.

Marcos estava a postos para dar a necessária criatividade construtiva ao miolo logo que o triângulo tivesse terminado o importante trabalho de desgaste adversário dos primeiros 35 minutos.

Sandro poderia preencher qualquer posição do trio atacante trazendo para o encontro mais uma velocidade quando os Purrianos sem banco já não pudessem correr.

Na bancada os Orange Proud eram compostos por Braza, Dudak, Edigar, Cado, Gui e Vaz.
O Mistério (António Santos), um senhor já de uma certa idade, resguardava-se do frio sentando-se no banco, e evitando qualquer maleita que para a 3ª idade e tendo em conta o colapso do SNS pode hoje em dia ser mortal.

No papel estava prefeito havia agora que saber colocar isto em prática sem deixar de saber interpretar os sinais do 11 contrário à medida que o encontro se fosse desenrolando.

O jogo não começa mal tendo em conta que os Purrianos não conseguiam o controlo da posse de bola que caracterizou o estilo de jogo da época anterior.

Um canto batido do lado esquerdo do ataque quase cria perigo quando a defesa adversária falha a interceção, mas Diogo Pedro não esperava o brinde e desaproveita a primeira oportunidade do encontro.

Os Purrianos mostram logo no seguimento deste lance a outra característica que lhes permite uma adaptação eficaz a qualquer adversário, saem muito rápido para o contra-ataque aproveitando a mobilidade estonteante de Hugo Anão dando um rápido sinal de alerta.

Ainda assim os Laranjada não se amedrontavam, Lobotteli investe pelo flanco esquerdo finta o mesmo lateral duas vezes e serve Schaefer que após mini-cabrito sobre o seu adversário directo remata potente e cruzado, mas por cima da barra.

Sentia-se desconforto no Keeper contrário indicação de que não seria a sua posição natural, a ordem era para rematar sempre que houvesse espaço e posicionamento para tal.

Os Purrianos mantinham uma boa organização tentando controlar o ritmo do jogo, que não pretendiam demasiado elevado, poupando-se fisicamente com o intuito de fazer todo o encontro com o mesmo 11, consequência de um banco totalmente deserto.

A bancada estava composta e animada pelas minis que ilegalmente consumiam fora do estabelecimento licenciado, iam apoiando, ainda que timidamente os artistas, sendo Lobotteli aquele que mais emoções provocava.

Os Purrianos ganham um canto, batem bombeado para o segundo poste fora da pequena área, Leirão com um físico invejável arrisca a saída tentando a interceção, falta-lhe um danoninho e permite o cabeceamento que sai à barra, o público respira de alívio mas por muito pouco tempo, já que na recarga uma defesa algo passiva permite a antecipação de um adversário que coloca a bola no fundo das redes.

Estava feito o 1-0

A equipa é abanada na confiança que tinha acumulado nas duas últimas jornadas e passa a ser presa fácil para uns Purrianos muito entrosados e combativos QB.

No meio campo Mena demonstrava nervo e lutava por todos os lances como se fossem o último, sobressaindo um pouco da atitude monótona que parecia contagiar toda a equipa dos Laranjada.

Nas alas Xana tentava chamar pela equipa, mas quando tinha a bola ou era bem eliminado pelo adversário ou não tomava a opção correcta e os lances não tinham seguimento.

Os ressaltos pareciam sobrar sempre para os Purrianos, na bancada uns chamava-lhe azar Laranjada outros mais séticos apregoavam a velha máxima de que a sorte se conquista.

Em mais um lance pelo meio Hugo Anão ganha dois ressaltos seguidos ao meio campo e defesa Laranjada e pressionado ainda de fora da área remata por cima.

Os Laranjada teimavam em não encontrar um fio de jogo, demoravam a pensar e consequentemente a executar individualmente e tornavam-se presa fácil para uns Purrianos muito incisivos na disputa dos lances.

Consequência do contexto descrito acima é o segundo golo, antecipação de Grego entre o meio campo defensivo e a defesa, adianta de cabeça pelo meio passando que nem faca quente em manteiga e já dentro da área cólica rasteiro fora do alcance de Bruno que desta feita não tinha qualquer hipótese.

Estava feito o 2-0 tornando agora uma tarefa que de inicio se adivinhava complicada, numa empreitada quase impossível de levar a cabo.

Apesar de tudo os Laranjada não perdem a cabeça, e apesar de me apetecer dizer que não baixaram os braços, a verdade é que estes nunca estiveram verdadeiramente levantados desde o início do encontro.

Novo ataque rápido dos Purrianos pelo flanco direito, Hugo Anão aparece isolado na cara de Bruno que arrisca o corte no chão, falha a interceção com a bola e choca com o avançado, este não caí, o lance segue junto à linha de fundo e após perder algum tempo o remate sai frouxo e de fácil interceção por uma defesa já recolocada na pequena área.

Cruzamento a meia altura para a área, saída em falso de Bruno Leirão que se desentende com Mena, a bola sobra para o extremo adversário que dá atrasado mas o remate já dentro da área sai muito por cima.

Livre batido por Luis para área sobem as torres Laranjada, Smi ganha a batalha pelo ar mas cabeceia muito por cima.

Após ataque continuado dos Laranjada corte dos Purrianos para o centro do terreno, Paulo tenta ser feliz com pronto remate de rechasa, mas a bola saí muito por cima.

Os Laranjada não conseguiam verdadeiramente colocar à prova o guarda redes improvisado dos Purrianos.

Nesta altura do encontro os Laranjada pareciam ter o controlo da posse de bola, fica a dúvida se por mérito próprio se terá sido consentido por um adversário sem soluções no banco e a liderar confortavelmente o marcador por 2-0.

Apesar do aparente domínio Laranjada, eram os Purrianos que criavam as melhores oportunidades, novo contra-ataque rápido pelo meio, desta feita a defesa consegue bloquear Hugo Anão antes da sua entrada na área, ainda assim este mantém posse de bola rodopia sobre si mesmo e ainda desfere remate mas falha o alvo, não incomodando verdadeiramente Leirão.

O árbitro apita para o intervalo, tínhamos 35 minutos para aproveitar o eventual maior desgaste adversário e utilizando o banco dar a volta ao resultado.

A bancada desce ao relvado para medir a temperatura da equipa e sente desanimo e algum conformismo com a superioridade adversária.

O Mister resolve mexer e faz troca direta no meio campo com a entrada de Marcos para o lugar de Miguel Cunha, retirando ainda um apagado Schaefer do ataque, deslocando Lobotteli para o centro e colocando Sandro numa ala.

A ideia parecia boa, a maior experiencia de Marcos face a Miguel em futebol de 11 poderia trazer mais profundidade no passe a partir do meio campo, tentando que um ataque mais móvel viesse a beneficiar disso.

Os Purrianos começam no ataque um lance sobre a direita entre Hugo Costa e Diogo Pedro, deixa o jogador Purriano insatisfeito e ressentido.

O experiente Diogo Pedro apercebe-se da instabilidade emocional do adversário e na primeira oportunidade volta a discutir virilmente e no limite da lei um lance com Hugo Costa, este perde visivelmente a cabeça injuriando repetidamente, o árbitro não tem contemplações e seguindo à risca as instruções da direção do torneio, admoesta com o cartão vermelho Hugo Costa pelas injúrias e com o Amarelo Diogo Pedro pela disputa do lance à margem das leis.  

Estavam os Laranjada agora em superioridade numérica, mais frescos e em condições ideais para marcando o 1-2 ganhar animo para a reviravolta.

A equipa parecia agora motivada e aguerrida e tinha curiosamente em Mena a melhor arma no desenvolvimento da ação ofensiva.

Mena solicitado pela direita cruza forte e longo obrigando o Guarda Redes a cortar para canto.

Lobotteli marca o canto para o miolo da área onde o guarda rede pouco incomodado agarra com segurança.

Mena novamente sobre a direita cruza rasteiro para Lobotteli, o remate é dividido com a defesa e a bola sai prensada pela linha de fundo.

Boa jogada entre Marcos e Mena resulta na desmarcação de Lobo que já dentro da área perde por um detalhe com o adversário direto.

Os Purrianos estavam agora bastante mais recuados, mas não abdicavam do contra-ataque, prova disso é nova desmarcação de Hugo Anão pelo centro desta vez Bruno consegue incomodar o suficiente para que o remate saísse desviado do poste esquerdo.

Os Laranjada estavam avisados do perigo de arriscar demasiado, mas o resultado e a superioridade numérica obrigavam ao assumir do jogo sem medos.

Marcos demora em demasia com a bola no próprio meio campo descaído sobre a direita, permite o roubo de bola adversário, Hugo Anão decide com rapidez e ainda de fora da área remata rasteiro e cruzado aninhando a bola junto ao poste fora do alcance de Leirão.  

Este 3-0 foi um verdadeiro balde de água fria para uma equipa que entrava na segunda parte com a intenção de encostar os Purrianos as cordas na procura do golo que permitisse acreditar.

Xana vinha agora buscar muito jogo atraz sendo mesmo ultrapassado posicionalmente por Luis no seu flanco.

A bola circulava timidamente de um flanco para o outro, mas uns Purrianos muito bem posicionados não davam qualquer abébia.

Paulo batalha bem no meio campo ganha uma disputa de bola e desmarca Lobotteli sobre o centro, este chega ligeiramente atrasado e permite corte adversário para a linha lateral.

Novamente Paulo em posse de bola tenta um passe bombeado por cima da defesa adversária tentando aproveitar Smi em missão ofensiva, mas este é apanhado fora de jogo.

Já pensando na rotação da equipa e gestão do plantel tendo em conta a longa época que temos pela frente, Mister Ruben, toma o lugar do capitão Gilman e volta a colocar Schaefer no ataque por troca com Lobotteli.

Xana sofre um toque numa jogada pelo flanco esquerdo e é obrigado a ser assistido foram do terreno, os Purrianos aproveitam este momento de igualdade numérica para desferir um ataque rápido pela esquerda, cruzam rasteiro para o centro de onde é desferido remate forte mas por cima.

Bom entendimento entre Paulo e Marcos no miolo, este ultimo dá de primeira para o flanco esquerdo desmarcando Xana, que faz uma finta a mais e quando tenta cruzar permite o corte adversário.

O jogo estava agora mais partido porque os Purrianos não abdicam de contra-atacar, optando ainda assim por terminar as suas iniciativas ainda fora da área, desta vez o remate sai à figura e Bruno agarra com segurança.

Xana tenta construir jogo a partir da retaguarda, não encontra ninguém a quem endossar a redondinha, perde muito tempo é desarmado por Grego que visivelmente desgastado volta a tentar remate de longe, que sai enrolado e fácil para Bruno.

Diogo Pedro em iniciativa atacante desmarca Xana no flanco esquerdo que desta feita mais pragmático centra tenso mas o guarda redes bem posicionado agarra seguro.

Xana era agora a arma mais perigosa na luta pelo tento de honra, isola-se pela esquerda coloca uma diagonal venenosa na pequena área, mas não parece ninguém e a defesa corta para canto.

Canto batido passa por todos na área e quase entra direto rasteiro ao segundo poste.

O arbitro dá por terminado o encontro.

Esteve longe de ser um bom jogo por parte dos Laranjada, nota-se falta de rotina e profundidade a jogar futebol 11, que é natural num inicio de campeonato com elementos novos.

Pedia-se apenas mais luta e concentração em tarefas defensivas por parte de toda a equipa, foi assim que nesta fase se conseguiram os dois resultados positivos anteriores.

Lobotteli apresenta aquele para teria sido para si o resultado justo tendo em conta a sua performance pessoal

No final do encontro a bancada não deixou de ir festejar a derrota num belíssimo estabelecimento em Algés, aconselhado pelo Edigar.

Mistério diz que Xana não jogou um caralho (tem de mudar a graduação?)

Dá pelo nome de Touro Ibérico, tem um gerente com um sorriso invejável, um rapaz a tocar violão com sotaque brasileiro e repertório nacional, e 4 raparigas muito saudáveis a dançar Sevilhanas.

Edigar vem principalmente pela carne de Toura

Da claque só o Braza preferiu ir experimentar comida Asiática para Carcavelos, juntaram-se aos Orange Proud, o velho Mistério o grande Mister Sommer e o Mena of the Match.

As Anadaluzes não largavam os lideres da claque Laranja

Menção honrosa para o Zeca que pareceu no fim do jantar com a sua entourage, para o Xana que acompanhou a par e passo via mail, para o Gilman que condenou a iniciativa por ser pouco familiar e ao Smi, que vinha directo do concerto dos Black&Decker em  Corroios mas como a noite foi de derrota e acabou cedo, já não chegou a tempo. 

Vaz não contém o entusiasmo