Teoricamente teriamos sido bafejados pela sorte neste sorteio, mas estava um frio do quara... e já provamos ser capazes de perder com qualquer um em qualquer circunstancia.
Era necessário demonstrar à massa associativa que o plantel tem efectivamente 24 elementos, quer dizer 23 já que o Kiko ainda se está a ambientar aos horarios do Futebol de 11.
Materazzi, opta por recarregar baterias, oferecendo o seu lugar na convocatória para este jogo, beneficiando assim de uma paragem de 2 semanas que lhe permitirá voltar a controlar o espaço aéreo do Caramão da Ajuda lá para o ínicio de Fevereiro.
O adversário estava longe de ser fácil, este ano já tinham ganho por 3-2 aos Incriveis, equipa a quem não tinhamos conseguido marcar qualquer golo no jogo do campeonato.
Estava também confirmado o pior dos cenários, José Luis Hilário tinha sido escalado pelo treinador adversário e ía efectivamente ocupar o seu lugar no eixo do ataque adversário.
Este atleta tem 30% dos golos da sua equipa esta época e, apesar de alguns considerarem que já se encontra na curva descendente da sua, até à data gloriosa carreira, não é por acaso que é conhecido por "Magnusson".
Sabendo deste facto, Mistério responde com um Xadrez que visava eliminar o potencial de decisão deste elemento, soltando assim as "crianças" para brincarem à vontade no resto do terreno.
Assim são chamados ao eixo defensivo Laranja dois atletas de perfíl semelhante ainda que mais bem equipados ao nível capilar.
Ruben e Cado, já perfeitamente recuperados de trabalho especifico gastronómico desempenhado na época festiva, ficavam incumbidos da complicada tarefa de travar o "Panzer com pés de Fada".
"Gamarra" podia assim subir para o meio campo e desenvolver as suas reconhecidas capacidades tecnicas, "Nesta" ficava em casa a celebrar mais uma primavera e se os filhos o deixassem podia ir aprendendo qualquer coisa visionando o jogo pelo pequeno ecran.
Em resumo o 11 foi:
Keeper - Bruno
Laterais - Luis e Edgar
Centrais - Ruben e Cado
Trinco - Guimarra
Médios - Vasco e Xana
Alas - Nero (Capitão) e Duarte
Striker - Schaefer
No banco:
Becas - Gigante Adormecido
Zeka - Recuperado em "Pleno" de uma noite sem freios.
Miguel - Tinha recuperado de tal maneira o tornozelo que tinha lesionado que agora favorecia o outro, não porque não estivessem bom, mas porque simplesmente o lesionado ficou bom demais.
Começamos a jogar contra um vento de tal maneira frio que até cortava.
Quando não tinhamos a bola mantivemos a postura habitual de esperar pacientemente por um adversário que teimava em não atacar.
Quando em posse de bola previlegiamos as trocas de bola de pé para pé, fazendo deambular o jogo de um flanco ao outro com bastante eficácea.
Quando o jogo se desenvolvia pela direita Nero optava por arancadas à linha e centros para a área.
Quando o jogo se desenvolvia pela esquerda, Duarte previlegiava as diagonais para o centro com remates de meia/curta distância.
Iam-se ganhando alguns cantos e bolas paradas.
É num desses cantos que surge o primeiro golo, Ruben oportuno recebe uma bola mal aliviada pela defesa e atira a contar, estava inaugurado o marcador.
O jogo continua com os Laranjada em crescendo.
Lá atráz "Magnusson" continuava a saltar de um bolso para outro da defesa Laranja (situação arriscada) lá na frente, muita posse de bola muito caudal ofensivo mas golos que é bom nada.
De registar cabeceamento de Schaefer por cima da barra a responder a centro delicioso (não sei se de Luis ou de Nero?).
Dois remates de Duarte fortes mas a errar o alvo.
Uma investida de Nero pela direita que resulta numa boa defesa do guarda redes adversário, Nero recupera a bola serve Schaefer que demora demasiado tempo a armar o remate e permite intervenção do defesa adversário.
Ficam boas indicações no centro do terreno com Vasco e Xana a entenderem-se bem, trocando a bola em poucos toques e com as costas muito largas, já que Guimarra se posicionava exemplarmente à frente do eixo defensivo.
Luis cumpria com simplicidade a lateral esquerda onde tinha pouco trabalho defensivo e apoiava os processos ofensivos quando em ataque continuado.
Edgar foi mais solicitado defensivamente, facto esse que lhe permitia também explorar contra ofensivas aproveitando a sua principal arma, a velocidade, e combinando muito bem com Nero e Xana alternando triangulações com overlappings.
De salientar também uma oportunidade de bola parada à entrada da área descaída para o lado esquerdo.
Duarte aproxima-se do local mas era um lance talhado para o pé direito do especialista Sagui, as condições climatéricas não ajudaram e teria sido impossível, até para o melhor jogador do Mundo, ter feito melhor que fazer passar a bola 7 metros por cima da barra, fazendo suar a equipa adversária, lançando um aviso de que era proibitivo fazer faltas a entrada da área, o Sagui estava com o pé a escaldar.
O arbitro apitava para o intervalo e o 1-0 para além de saber a pouco não era de todo desejável, até porque a Briosa ainda que com um colectivo pouco uniforme, tem elementos que de um momento para o outro podem decidir uma partida.
Mistério resolve colocar ao intervalo toda a carne no assador.
Retira Duarte, Xana e Luis.
Acorda Guimarães que aguardava no banco bem anixadinho debaixo de um cobertor à espera que o despertador tocasse, e manda-o calçar as luvas, colocando em extase lihas e mães presentes na bancada, até porque era precisamente junto à linha do lado da bancada que ele iria actuar.
Lança dois dedos à goela de Zeka, obriga-o a terminar a garrafa de Tisanas e desintoxicando-o por completo, liberta-o no meio campo defensivo ainda com os dentes por esfregar.
Contra todas as indicações da ordem dos fisioterapeutas coloca ainda no flanco direito Miguel Oliveira.
Estas entradas originam ainda algumas alterações nas posições dos que ficaram em campo.
O Capitão Nero passa a ocupar a posição de lateral esquerdo.
Guimarra, é promovido a médio ofensivo reconhecimento das suas capacidades artisticas quando em posse de bola.
Tendo ainda direito a mais duas alterações Mistério mantém os três atletas que sairam no banco, mantendo assim a pressão sobre os 11 que entravam para a segunda metade: se não cumprirem saltam cá para fora.
A Briosa ía concerteza assumir um risco controlado na tentativa de forçar os penaltis. O objectivo era claro, não os queremos a pairar no jogo por muito mais tempo.
Dito e feito, um erro ingénuo da defesa adversária deixa a bola nos pés de Miguel Oliveira, este com um movimento pragmático e pleno de intenção faz uma cartola brilhante, estava feito o 2-0.
Mas como o 2-0 é reconhecido mundialmente como o resultado mais perigoso do futebol, havia ordens para não baixar a intensidade.
E assim foi aproveitando a subida das linhas adversárias, Vasco faz um passe a rasgar que Miguel domina no peito, volta a identificar o adiantamento do guarda redes e faz novo chapéu.
O 3-0 tranquilizava a defesa, talvez até demasiado já que um desentendimento entre os dois centrais permite ao suspeito do costume (Mats) ganhar uma bola perto da área que sobra para um companheiro de equipa que atira rasteiro a contar. A Briosa reduzia para 3-1 perante uma massa associativa incredula.
A defesa desconcentra-se um pouco e mantendo a tentativa de jogar de pé para pé, mas já sem a mesma confiança ainda perde mais uma ou duas bolas que pareciam despertar um adversário até aí encostado ás cordas.
É a vez do ataque tranquilizar a defesa, uma boa iniciativa atacante resulta num passe de Miguel que serve Schaefer que desta feita não perdoa.
Com 4-1 no marcador a Briosa baixava definitivamente os braços, de tal maneira que um dos seus atletas, abandona o terreno deixando a equipa a jogar com apenas 10 elementos.
Faltava muito pouco tempo para terminar a partida, mas era tempo suficiente para haver espectaculo.
Num lance de grande classe Cado, desarma Magnusson no 1 para 1 ainda no meio campo defensivo dos Laranjada.
Notando alguma apatia da equipa adversária e fazendo-se valer de um pique especifico invejável e de uma mestria técnica acima da média, sobe no terreno com a bola no pé e a cabeça levantada, fazendo lembrar o grande "Roberto Severo".
Aproveitando a força da gravidade e um estomago de dimensão razoável, vai avançando no terreno serpenteando por entre uma meia dezena de atletas que se limitavam a abservar boqueabertos tamanha classe.
Acompanhado nesta cavalgada pelo grande Imperador, Cado aproveita os desequilibrios que este atleta ía provocando no seu trabalho sem bola, para ludibriar o guarda redes e introduzir a bola na baliza.
Perante isto só restava ao colegiado mandar todos para o chuveiro quentinho.
Aguardamos o sorteio dos quartos de final onde nos podem calhar:
- Cosmos (sempre uma partida motivante, que até nos costuma correr bem)
- Madeirinha
- ACDUL (uma desforra deles)
- Milionários (no contexto actual um jogo de alto risco)
- Madeira (uma desforra nossa)
- Independente
- Olimpico (no contexto actual é sempre um derby)
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