segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Jornada 18 - Laranjada 3 / Tigres 0

O último jogo para o campeonato já tinha sido há 3 semanas, o resultado tinha sido psicologicamente arrasador.



Desde aí uma vitória demasiado fácil para a Taça sobre a Briosa e uma folga, deixavam a equipa e a massa associativa algo ansiosos para perceber como seria a resposta do grupo e consequentemente o mote para a segunda volta.


Associado a esta conjuntura o facto do jogo com os Tigres da 1ª volta ter sido talvez a exibição menos conseguida da época.


Se tudo isto não bastasse estávamos também órfãos da palestra motivadora do Mistério, dispensado pela direcção, deslocou-se ao norte assumindo condição de latifundiário na negociação de terrenos semi-agricolas.


O lote de convocados estava algo limitado em quantidade para o inicio da partida, mas tinha qualidade de sobra para fazer frente ao obstáculo pouco criativo que os Tigres representavam.


Disponíveis para a hora do jogo apenas 12 atletas, sendo que se esperava que outros 2 elementos se juntassem ao grupo a tempo de refrescar a frente de ataque na segunda parte.


Titulares:
Keeper-Bruno
Laterais-Edgar e Nero
Centrais-Gilman e Smi
Trinco-Mario (Cpt.)
Médios-Gui e Zeka
Alas-Jota e Duarte
Striker-Becas


Banco:
Cado
Schaefer e Miguel (eram aguardados para a segunda metade)


A estratégia era clara, jogar organizados no esquema táctico habitual, manter as nossas posições banalizando o adversário sempre que este tinha a posse de bola.


Sempre que recuperada a bola tentar transições rápidas utilizando as costas da defesa quando evoluíamos pela esquerda, e triangulações entre médio, striker e ala, quando o jogo se desenvolvia pela direita.


Assim podíamos utilizar a velocidade de ponta de Duarte no lado esquerdo, para depois tentar servir Becas na área, através de cruzamentos à linha.


Do lado contrário a ideia era utilizar Becas a jogar de costas para a baliza, para que este pudesse aproveitar a velocidade explosiva de Jota nos espaços curtos.


É assim que acontece a jogada que dá origem ao 1º golo, um bom entendimento do lado direito do ataque permite a entrada de Jota na área, não deixando outra alternativa a adversário que não fosse a falta, o arbitro bem colocado assinala grande penalidade.


Duarte chamado a converter, parece adivinhar a deslocação do guarda redes e atira a contar rasteiro para o centro da baliza.


A estratégia parecia resultar, por isso só tínhamos de manter a mesma atitude e organização.


Na defesa tudo parecia pacifico até que um passe curto nas costas do centro da defesa apanha Bruno algo recuado permitindo o isolamento de uma avançado na sua frente. Se a 1ª reacção tinha sido algo lenta a segunda foi felina e uma mancha eficaz obriga o adversário a falhar o alvo.


A toada mantinha-se, jogando com as linhas juntas e sempre atrás da linha da bola, era permitida posse de bola aos Tigres no seu meio campo, quando estes se aventuravam no nosso terreno eram abordados sem tréguas por um meio campo muito lutador, numa 1ª fase o ímpeto guerreiro de Zeka e Gui desequilibravam qualquer construtor de jogo permitindo numa 2ª fase que o Capitão Zé Mário aparecesse sempre no sitio certo a limpar ou a recuperar a bola.


Muito perto do intervalo quando a massa associativa já se dirigia das bancadas para o Bar na tentativa de garantir os últimos rissois de leitão, surge o 2º golo.


Um canto batido exemplarmente por Nero no lado direito do ataque, sai tenso ao 1º poste, Jota (motivado pela presença de Noa no banco) faz um pequeno desvio, a fazer lembrar os melhores tempos de Capucho em Alvalade, desequilibrando toda a defesa adversária e permitindo ao oportunista Becas um cabeceamento de alta precisão já no seio da pequena área.


Era um golpe duro para o adversário, mas justo dada a superioridade demonstrada.


A segunda parte inicia-se sem que fosse feita qualquer alteração, a equipa sentia-se bem e era importante segurar qualquer reacção de um adversário que lutava agora ingloriamente contra o relógio que teimava em não parar.


Mas passados apenas 5 minutos do inicio do 2º tempo surge o 1º percalço, Edgar, que tinha tido uma semana difícil passada na cama durante o dia e em bares de reputação duvidosa durante a noite, não aguenta mais e pede substituição.


Schaefer já se encontrava disponível e faz rápido aquecimento para render um colega em dificuldades.


Entrava um striker para sair um lateral direito, esta alteração obrigava a alguma criatividade táctica e colocava a prova a maturidade do sistema adoptado.


Era importante manter a organização e só uma equipa com mecanismos assimilados como a nossa poderia ter respondido como o fizemos.


Assim sendo passou Duarte para lateral esquerdo, libertando o ambidestro e versátil Nero que vinha render Edgar na lateral direita.


Becas ocupa o lugar deixado livre por Duarte numa ala abrindo espaço para Schaefer no eixo do ataque.


Numa fase em que o adversário dava o tudo por tudo para fazer um golo que lhe desse motivação para tentar recuperar o resultado, estivemos mais uma vez à altura do desafio nunca perdendo a organização ou a cabeça, para isso é de salientar a voz de comando do capitão Mário, que ia mantendo em sentido os dois médios que jogavam à sua frente enquanto segurava algum histerismo do central Gilman cada vez que este ameaçava aventurar-se em iniciativas atacantes.


Passado pouco tempo, nova contrariedade, Smi que tinha aproveitado a folga para tentar debelar uma lesão muscular ressente-se de novo e pede alteração.


Desta vez a opção era simples, não tendo ainda chegado Miguel, a equipa técnica faz uma simples troca por troca passando Cado a cumprir o papel que Smi tinha realizado, até ao momento, na perfeição.


Assim sendo ficava tudo na mesma lá atrás, Cado fazia marcação ao homem deixando Gilman livre para organizar a linha.


Nesta altura as nossas iniciativas atacantes surgiam cada vez mais com o adversário balanceado no nosso meio campo.


Era impossível segurar Duarte na ala esquerda atrás de Becas, e assim sendo estes optavam por utilizar o famoso overlaping, em que Becas, muito disciplinado tacticamente, ocupava a lateral sempre que o adversário recuperava a bola.


Entretanto sentia-se a perda de ritmo de Jota na ala direita, com toda a sua experiência este atleta privilegiava agora tarefas defensivas fechando mais ao centro do terreno, permitindo assim a incorporação de Zeka nas iniciativas atacantes.


Surge então o 3º golo, uma bola recuperada é colocada rapidamente em Schaefer junto do grande circulo, este segura momentaneamente esperando apoio, vendo Duarte a rasgar pela esquerda endossa a bola com precisão permitindo uma diagonal suficientemente incisiva para desequilibrar o guarda redes e permitir a entrada impetuosa de Zeka ao segundo poste que encosta sem tréguas para o fundo das redes.


Tempo ainda para a saída de Jota, alinhava depois de um paragem prolongada por lesão, esgotado mas com sentimento de dever cumprido, dando lugar a Miguel para que este pudesse manter a recuperação de ritmos competitivos que tem vindo a efectuar nas últimas semanas.


Ainda tempo para Schaefer, algo precipitado, desperdiçar por cima da trave um tento que parecia feito.


O jogo não terminava sem que a voz estridente de Gilman após falta sobre um adversário provocasse o seu 3º cartão amarelo da época obrigando-o a perder o próximo embate por castigo.

Mais tarde recebemos a noticia do empate entre Pe Leve e Madeirinha, que nos permite assim ascender de novo ao 5º lugar mesmo com menos um jogo que o 6º classificado (Pe Leve).          

Sem comentários: