Desengane-se quem pensa que o jogo Laranjada-Canarinhos começou às 10h do passado domingo. O jogo já tinha começado logo após o treino de 5ª, tendo o mister, adjunto e director desportivo perdido horas de sono e trabalho a preparar a convocatória e o onze inicial.
A tarefa não se afigurou fácil devido à massissa comparência dos jogadores, motivados e embalados pelo ciclo positivo que custou a chegar, mas confia-se que esteja para durar... a tarefa ficou mais dificultada horas antes do jogo com a impossibilidade do Luís e Miguel darem o seu contributo, tendo sido escalonados para os substituirem Schaefer e Gui.
O mister seleccionou o seguinte onze:
baliza - nero
lateral-direito - smi
lateral-esquerdo - braza
defesa-central - gilman
defesa-central - ruben
trinco - zé mário (capitão)
médios-interiores - xana e vasco
extremo-direito - zé marujo
extremo-esquerdo - duarte
avançado - becas
suplentes - edgar, schaefer e gui
Foi ameno o amanhecer do dia de domingo depois de 4 dias gélidos a fazer lembrar a apanha da castanha em pitões-das-júnias... mais quente, embora sóbria mas consistente foi a palestra do mister no balneário antes do jogo, de notar a capacidade de motivação do mister "pope", dois dos mais visados foram o duo de raposas velhas a evoluirem no meio-campo (zé mário e vasco). Estima-se que a carcaça de ambos perfaz cerca de 80 anos, idade respeitada mas ainda longe da fossilização.
"Oh captain, my captain" representou (bem) a equipa no sempre difícil cara-a-cara da moeda ao ar com o capitão adversário na presença dos 3 notários.
Mas vamos ao jogo.
Jogo esse que começou com uma toada morna, a fazer lembrar o brilhante início desta época, comentou-se no banco que a causa deste início menos fulgurante tenha sido o escasso empenho no aquecimento.
As jogadas iam-se repartindo sem grandes oportunidades de golo, tendo os Laranjada o domínio do jogo embora pouco materializado em ocasiões de golo. Era um início de jogo mastigado, tendo Xana (ex-futebol benfica) driblado vezes sem conta, sendo incosequente na maioria delas.
No entanto apesar de não estar a ser um bom jogo, a equipa manteve a coesão defensiva apresentada nos últimos jogos, mostrando-se segura e compacta. Na defesa gilman, jogando de cadeirinha, marcava bem a linha e o imperador na marcação ao panzer dos canarinhos, voltava ao lugar que melhor conhece, embora num passado muito recente tenha mostrado "a plenitude de tiques de um keeper".
Smi e Braza faziam bem as transições mas o ritmo mantinha-se fiel ao início do jogo: morno.
O cronómetro marcava já 15 minutos da 1ª metade, quando a equipa, impulsionada pelo mister "Pope", começou a bascular ao ritmo da batuta das 2 raposas-velhas variando o jogo, ora recorrendo ao passe curto (zé mário), ora às bolas nas costas (xana e vasco) dos laterais adversários servindo (nem sempre bem) os alas, Duarte e Marujo, embora sem aparente perigo.
Becas estava perdido lá na frente e não era solicitado para as suas já temidas tabelinhas. Aos 24 min foi assinalado um fora-de-jogo inexistente a Marujo pelo António Rola, fiscal-de-linha que partilhava com o nosso mister, o belo repasto nocturno da véspera.
Na jogada seguinte Marujo, lançado por Xana, ganha a um adversário e cruza para Duarte que (incrivelmente) falha a recepção e desperdiça a melhor ocasião da 1ª parte.
Intervalo. O keeper Nero (também conhecido por sósia do Ed Harris e Ryan Giggs) sem trabalho de mãos, assistiu tranquilamente ao desenrolar da arbitragem tendenciosa do árbitro principal.
Era altura de mudar e o mister espevitou a equipa, que apareceu na 2ª metade, mais fresca, ciente das suas capacidades e sobretudo de que tinha que ganhar o jogo de forma a nos aproximarmos dos lugares cimeiros.
Entrou Edgar para o lugar do Smi, Gui para o de Gilman e Schaefer para o lugar de Braza, tendo o xadrez sido alterado, sendo a surpresa principal a colocação de Duarte a lateral-esquerdo depois de uma 1ª parte cinzenta e perdulária. Melhorou o rendimento, jogando simples e pratico.
Xana melhorou muito, nunca perdendo o jogo e os tiques futeboleiros que o levaram a capitão do fófó.
Vasco, à semelhança de todo o grupo, melhorou o rendimento tendo realizado um passe de morte que o Becas tinhas que atacar a bola mas foi surpreendido pelo Marujo que fez de Nani, no recente Portugal-Espanha. Vasco, ficou muito abatido com Becas, tendo inclusive chegado aos 145 decibéis, Becas, manteve-se incauto e apenas disse num português vernáculo: "vai pró car$#&/(/"...
...eis que ao minuto 16 da 2ª parte, Zé Mário, desmarcado por Vasco, dribla, a 33 rotações, um defesa Canarinho e oferece de bandeja o golo a Zé Marujo que nao se fazendo rogado, não desaproveitou a oportunidade de somar mais um, o 5ª da conta pessoal, mas sendo um jogador de equipa.
Golo muito festejado, inclusive pelo António Rola que esboçou um sorriso malandro e revelador da cumplicidade e matreirice incutida pelo mister ao longo da 1ª parte.
Entretanto, confirmava-se o porquê de Edgar "Isaías" Campos ser tenista. A equipa percebendo da dificuldade que teve em chegar à vantagem, assumiu uma postura de contenção, contrariando a velha máxima de que 2-0 é o resultado mais perigoso do futebol e deixou o romantismo de lado.
Até final, jogo disputado mas mal jogado com apenas 2 jogadas a merecer destaque, o carrinho guloso de Gui após perda de bola infantil e o choque de panzers de ambas as equipas que assustou o público presente (cerca de 12 adeptos, 8 deles dirigentes do CIF).
Fim do jogo, 3 pontos no papo e o corolário é: não aqueças bem que te fodes! imagem pálida mas notando-se que a equipa continua a crescer nem que seja na tabela classificativa. há muito que a presença do 10 não é discutida... o fantasma desapareceu.
No próximo fim-de-semana há mais: com vontade, alegria, determinação e rigor!
Uma palavra de incentivo ao bigode do smi fazendo lembrar uma mistura de borat com um dos actores do filme gato branco, gato preto de kusturica..."
"A Crónica" cortesia de José Graça.
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